quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Comissão indentifica militar que torturou e matou Rubens Paiva

Ex-deputado desapareceu no dia 20 de janeiro de 1971. A Comissão Nacional da Verdade concluiu que ele foi assassinado em instalações militares

A Comissão Nacional da Verdade afirmou que o militar que torturou e matou o ex-deputado Rubens Paiva foi identificado. Rubens Paiva desapareceu no dia 20 de janeiro de 1971.
A Comissão Nacional da Verdade concluiu que Rubens Paiva foi torturado e assassinado em instalações militares, no Rio, pelo tenente Antônio Fernando Hughes, que já morreu. Uma testemunha, que não quis ter o nome revelado, afirmou ter visto o ex-deputado muito ferido, sendo jogado pelo tenente Hughes contra a parede.
Os integrantes da comissão também afirmam que o chefe do Destacamento de Operações de Informações (DOI), o hoje general reformado José Antônio Belham, sabia da tortura. Ele já foi ouvido e alegou estar de férias na época.
Mas a Comissão exibiu nesta quinta-feira (27) um documento do Exército que cita diárias recebidas pelo oficial nos dias em que Rubens Paiva estava no DOI. Dois militares também já afirmaram, em depoimentos, que conversaram com Belham sobre o estado do prisioneiro e as consequências das torturas aplicadas pelo tenente Hughes.
O General Belham foi convidado a fazer um novo depoimento, mas avisou através do advogado que não vai dar mais esclarecimentos. A Comissão da Verdade agora pretende encaminhar o relatório sobre o caso a Câmara dos Deputados, junto com o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, com o objetivo de ouvir o general e descobrir onde estão os restos mortais de Rubens Paiva.
“Era o responsável pela unidade, estava no local e, portanto, seguramente soube qual foi a destinação dada ao corpo de Rubens Paiva”, disse Pedro Dallari, coordenador da Comissão Nacional da Verdade.
O Exército informou que não se pronuncia sobre os trabalhos da Comissão da Verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário